sábado, abril 12, 2008

by Celyn Morag


11-09-2005
Se eu acreditasse no Amor esperava por ti... mas a vida já me foi cruel demais para que me permita continuar a acreditar em frases rebuscadas e falsas promessas de que um dia tudo será diferente... Se eu acreditasse no Amor seria como nos livros de historias da nossa infância, viveriamos felizes para sempre e nunca seria meia-noite para que tudo se voltasse a transformar. Se eu ainda acreditasse no Amor até podiamos ser almas gémeas porque quem acredita no Amor está convencido que elas existem. Mas o Amor não existe... é apenas um grave distúrbio mental!
posted by Celyn_Morag
(ja ha mt tempo)

2 comentários:

  1. "se eu acreditasse no amor esperava por ti". Agora inverte o sentido da frase ...


    ... encontro-te pelo caminho.

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  2. Eu acredito no amor apesar de nunca o ter vivido. Não acredito é no tipo de relações que já vivi e as que vejo à minha volta. Mas ainda acredito em algo único e transcendente.

    Colisão em câmara lenta.

    Ainda não sei como entraste. Logo eu, que nunca gostei de sentir a casa demasiado cheia. Pessoas, quadros, móveis. Pó. Agradam-me as paredes. Brancas, vermelhas. É como se, na sua imponência, confessassem timidamente coisas passadas. Tudo o que está a mais desvia a atenção daquilo que realmente importa. Também nunca me agradou muito o factor surpresa. As poucas pessoas que recebo em casa são sempre convidadas previamente. Para o caso de não serem... a campainha está ao lado da porta, lá fora, só para o caso de. E tu chegaste sem avisar. Quando me apercebi de ti, estavas cá. Confortavelmente. Surpresa. Olhei para o chão de madeira e não vi malas nem bagagens. Estranhei a familiariedade com que me olhavas, o à vontade com que me descobrias em cada canto meu. Tive medo que me conhecesses, senti-me vacilar dentro de mim, encher-me de incertezas. Tudo mudaria irreversivelmente. Mas aproximaste-te de mim, seguro, e nos teus passos ouvi o respirar das folhas, o vento revolver as entranhas e desalinhar-me o cabelo. Tremi. Quis esconder-me ou fugir, nem sei. Não o fiz. Deixei-me ficar, quieta, com o ritmo do coração descompassado na boca e na cabeca. As pernas trémulas, uma sensação estranha no estômago. Uma mistura de imagens, sons, cheiros invadiu me a alta velocidade. Queria perceber... De alguma forma, descobrir-te a alma em algum lugar. O olhar, atento, tentando desvendar o que se seguiria, ansiando saber que sentimentos carregarias contigo, a que velocidade bateria o coração dentro do peito, que segredos me dirias sem falar. Observei-te silenciosamente, porque qualquer palavra estaria a mais. Apaziguaste-me o coracão e a alma com os olhos e as mãos e, subitamente, notei... Reconheci-te. Sempre te desejara. Sempre tinha esperado a tua chegada, mesmo sem saber quem eras ou como serias. Sempre almejara que acontecesses. E sempre soube que, quando chegasses e apesar de ainda não te conhecer o corpo, me sentiria em casa. Mas até aquilo que desejamos muito pode assustar, ganhar as proporções de um maremoto interior que varre tudo por onde passa, quando nos aparece sem aviso.

    Poderei ir embora, se preferires, quando quiseres, dizias tu calmamente. Murro no estômago. Súbita vontade de chorar. A minha pequenez. E se eu quisesse que nunca fosses? Não quero que vás... Com os olhos, pedi para ficares. A minha maior tristeza sempre fora sentir me uma pessoa avulso. No entanto, tinha a certeza que existias. Sabia, no fundo, que por mais que tentasse esconder-me ou fugir, não conseguiria. A alma sabe sempre o caminho de casa. Ainda não sei como entraste, não sei. Não interessa. Mas um dia ainda me hás de dizer porque é que não partiste.
    Elizabete Roque

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