depois de um almoço onde pouca conversa se protagonizou, surgem post's e palavras de alguem que pode dar uma quote o duas para o resto do dia e da semana.
vivem-se tempos de incerteza com certeza. pretende-se sair estrada fora, mas algum receio de largar a mão. nao se quer largar a mão, nao há essa necessidade, mas ha outros projectos e outros filmes por correr que me vão levar para fora. sente-se uma vontade obstinada que nao preenche por completo.
nao preenche. mas existe. é certo que tem de ser tomada essa iniciativa, mas até que ponto?..quando?.. complicar naturalmente porque é altura de isso?..simplificar porque será quando tiver de ser?.. pode nao chegar a ser?...estará à espera de algum click casual/provocado?..
sinto-me exactamente assim. sentado, cidade vazia, tudo a circular, e eu aqui a beber o meu gin e a fumar o meu camel. sair para fora é cedo pois ainda é noite, ficar aqui dentro nao me levará a nenhum lado tão longinquo quanto eu desejara anteriormente.
(o itunes passa aleatoriamente para o "safe from harm" dos massive...)
be thankfull for what you-ve got. dizem. é verdade. ser feliz com o pouco ou com o muito que temos e nem nos apercebemos?..
este modelo de sociedade, de instituição onde trabalho, incute-nos (sabiamente) uma forma de natural motivaçao para algo mais, e isso é fantástico, mas ao mesmo tempo sentir o tic tac a passar aos nossos pés não nos ajuda a simplificar o nosso rumo.
...
http://tenhoestadoalerwhitman.blogspot.pt/ . . .
"Tudo era na realidade um enorme pequeno equívoco sem solução que a vida levava consigo, de agora em diante os papéis estavam distribuídos e era impossível deixar de os desempenhar; e até eu, que tinha vindo com o bloco na mão para tirar notas: o simples facto de os ver representar os seus papéis era também um papel, e nisso consistia a minha culpa; fazer o meu papel, porque a nada nos podemos furtar e todos somos culpados de qualquer coisa, cada um à sua maneira.
E então invadiu-me um grande cansaço e uma espécie de vergonha e ao mesmo tempo assaltou-me uma ideia que não fui capaz de decifrar, qualquer coisa a que poderia chamar o desejo de Simplificação. De repente, seguindo um novelo que se desenrolava a uma velocidade vertiginosa, compreendi que estávamos todos ali por causa de uma coisa que se chama Complicação, e que ao longo dos séculos, dos milénios, de milhões de anos, tem vindo a acumular, uns por cima dos outros, circuitos cada vez mais complexos, até formar aquilo que hoje somos e aquilo que vivemos. E senti a nostalgia da Simplificação."
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