Entre e Ouça

há anos que ...  ia escrever algo sobre o passado. sobre a semana passada, sobre o ano passado, sobre outra vida.

não escrevo. escrevo de paredes, de rostos de pérola, de mãos de seda, de labios torneados a vermelho.

escrevo de musicas, de filmes, de flores, de motoristas de sobretudo e luvas pretas. de surpresas, de lagrimas, de risos, de abraços, de gelo e de fogo.

escrevo de apertos, de sufocos, escrevo de mãos dadas, de vidros embaciados, de garfos na comida, de gargalhadas, de pés no tablier, de decotes, de tatuagens, de viagens, de tudo.

escrevo de pele, de musicas repetidas, de mãos na cara, de desapego, de crença, de desejo, de confusão, de conformidade. de gostar, de não gostar. de nao poder ser teu amigo. de ser teu amigo.

de desejar nunca ter caído deste modo para um estado estranho. como o lugar que é estranho por todas as pontas e perspectivas.

isto sou eu resolvido. de não me negar ao que o filme da vida me trará no próximo plot-point. de não saber se me irei lançar ou não.

não. sim.

pudesse eu parar este relogio que bate cá dentro. estradas para andar para a frente, nunca para trás.

injusto, dizem-me todos os dias. Bem sei. Mas não podemos mentir, dizem-me que como o MEC falava..que nao sou o tacho em banho maria, mas que o coraçao(cérebro) vai-se cansar mais dia menos dia.

Afinal ja dizia a musica que é no amor que procuramos encontrar a cura. sinto-me doente.

confesso.

não minto. deixo acontecer, sou verdadeiro. e talvez isso sempre me tenha deixado assim deste modo.

caras junto as frinchas das portas. casas cheias de telas sofás e filmes.

red lipstick's, certezas de pleasure e paixões. não por quem, mas porque tipo de amor.

Castles in the Snow at last, I Can't Wait de novo.

vale-me o sol.

que isto se resolva em breve. seja para que lado for. Foi só isso que pedi aos Reis Magos na noite de ontem.

Leve-me ao Sonho, Ed Motta.