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segunda-feira, fevereiro 28, 2011

(ainda)sem carnaval cá dentro.









nao compreendo. se nada bate, como pode a cabeça pedir uma explicação absurda. nao vejo, nao sinto, nao toco, nao quero. se sai do combate ha tanto tempo. se cerrei punhos e fechei os olhos, se levei as sinas e as cinzas de todas as horas. ouvi o tempo e nao liguei as mentiras. aqui estamos fartos. mesmo farto de demoras em ver o que nao se tem. do que se está á espera? a apagar do que ontem nao era. nao importa, nao vou construir. eu olho para a verdade que me cegou, fechei os olhos e hoje nao sou capaz de sentir mais. nao deixo que me toque qualquer calor ou sol. posso até cantar um verso de cor, posso até abrir o peito ao mar que me é igual. (no que me fizeram, como é possivel..) tenho aí tudo. mas mesmo tudo. e nao o quero por agora. parece que espero propositadamente, como se estivesse a ver um filme com um final que só eu conheço. eu nao deixei de ser mordaz como disse a musica. nem me sinto fraco como canta o outro. de todo. com uma força de pegar o castelo com as duas mãos sei disso. ouvi, e deixo correr. sem pensar tanto, mas é isso... se nao penso, deixo de sentir. eu sou assim, com o Bom e o Mau. a mudança surge por si só quando tem de surgir. porque tem de surgir. com mil raios e coriscos, que calmia dilaceranete. de tanto bater, o coraçao parou. parou mesmo. e preocupo-me com isso. que o mergulho do regresso ja foi para o fundo. aquele fundo que quando olhamos já la vai aquela entre-aberta. este é um texto cheio de paz, de ja nao sentir "cousa" alguma. e sim estar apreensivo com o nao sentir. acho que preferia ainda ter calor cá dentro e viver com o peso do mundo, que ter a força de mil homens e sentir tudo invisivel ao meu peito. obs: fazia-me bem conhecer alguem que soubesse o que era sentir á séria. como nos filmes. pobres almas essas que se enganam.

Jamie says Sometimes the things you want the most don't happen and what you least expect happens. I don't know - you meet thousands of people and none of them really touch you. And then you meet that one person and your life is changed.

Love and other drugs (Edward Zwick, 2010)

ps: isto surgiu porque estou preocupado com o facto do carnaval de 2011 nao me estar a dar pica nenhuma...e eu amo o carnaval.(ah... agora ja percebi)


A sensação que tens
é de que tudo
quanto dizes já o leste
noutros livros. Mas
depois consideras: também
o sol e os pássaros
repetem todos os dias
a mesma canção.

Albano Martins

ps2: estou de volta. fodasse.


3 comentários:

Anónimo disse...

Momentos. Ponto final. Ninguém é capaz de ficar sem sentir nada eternamente. E, desconfio, que não levará muito tempo a que isso aconteça contigo. És uma pessoa de sentimentos, mesmo que haja momentos em que isso se torne tão invisível, que quase acreditamos que não o somos. Mas tu és. ;)

Ps: Em relação ao Carnaval, eu adoro-o também e este ano, quase que não penso nele. Quase que acredito que é um mal generalizado porque não vejo o mesmo interesse nas outras pessoas.

Beijoca*

Filipa disse...

sabes, quem vive tudo intensamente, sente a vida assim. só assim não se desperdiça o tempo, só assim tudo faz sentido. mas essa exigência que nos impomos traz a insatisfação do não sentir. não se sente porque se procura mais. essa diferença da plenitude dos sentimentos verdadeiros. não deixes por isso de viver mesmo assim intensamente os sentimentos simples. tudo na vida é uma construção. um grande amor não deixa de o ser. por isso tenta decifrar a especialidade dos sentimentos, aqueles que valem a pena serem vividos. aqueles que independentemente da intensidade fazem a diferença. às vezes na incessante busca do querer, não olhamos para o óbvio, que pode estar sentado no banco ao nosso lado.

abraço

Cláudia disse...

"...de tanto bater, o coraçao parou. parou mesmo. e preocupo-me com isso. que o mergulho do regresso ja foi para o fundo..." Por vivermos as vida com tal profundidade...e a sentirmos de forma intensa é que nos confrontamos com estas fases na nossa vida...fases de quase "não sentir", de nos sentirmos petrificados por dentro...sem chama...exactamente por sentirmos de mais..por acreditarmos, por termos aquela toque sensitivo para apreciarmos as coisas boas da vida, as pessoas...os sentimentos.. ÀS VEZES..tb sinto que o meu coração de tanto bater tb pode parar...mas não pára...não deixamos de sentir...em algum momento, de alguma forma...qme qualquer lugar..ele volta a nós...e nós voltamos a ele...e passamos a acreditar novamente...porque essa é a nossa essência :)*

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