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sábado, junho 25, 2011

entrevista sucinta com o Manel.



sábado, 25 de Junho de 2011 13:27
Entrevista com Manel Cruz: Agarra que é bandido
Davide Pinheiro

O Bandido está em fuga e não mais será apanhado.
Em entrevista, Manel Cruz explica o porquê e revela a encarnação que se segue.

Porque é que o Bandido se prepara para fugir pela última vez?

A missão está cumprida. Há vontade de fazer outras coisas. Além do mais, a logística deste concerto não é simples e foi preciso algum esforço para manter o projecto quer pela parte dos músicos, quer pela parte da equipa técnica e organização. É um concerto caro, o que torna difícil a sua venda, manter isto até agora foi uma espécie de capricho. Devo o ânimo à equipa.

Nas tuas «aventuras» fica sempre uma sensação de «coito interrompido». Parece que quando o melhor está para vir, tudo acaba. Sentes isso?

De modo algum. O coito pode ser interrompido para alguns que apanharam o bandido já na recta da meta, mas para mim foi uma «queca tântrica». Não me preocupa que os meus projectos acabem, preocupar-me-ia se não tivesse mais vontade de fazer coisas.
Numa perspectiva de números, as bandas em que te envolves também costumam acabar quando estão a contactar com o grande público.

Pode dizer-se que gostas de manter a tua música num domínio familiar?

O que acontece é quando o meu trabalho de alguma forma se afirma, normalmente eu já estou noutra. É uma questão de inquietude criativa, acho mesmo normal, já que o trabalho de um criativo é criar e não repetir. Claro que todos precisamos de rentabilizar o nosso trabalho de forma a que, quanto mais não seja, possamos continuar a fazê-lo. Mas cada um estabelece os limites de entrega a cada fase do processo, de acordo com as vontades ou necessidades, há opções para todos os gostos. às vezes não entendo o que tem de estranho acabar um projecto para começar outro.

Chegaste a vender o Foge Foge Bandido numa carrinha?

Não cheguei a levar. Era uma ideia. Desmotivei quando soube que era preciso uma licença para cada sítio onde parasse a vender o disco. Algo que não é de espantar num país altamente burocrático e que não promove a livre iniciativa.
Se eu tivesse mais corrones teria feito como os vendedores que andam a fugir da polícia. Acho que já esteve mais longe.

Consideras a hipótese de voltar a trabalhar «a solo»?

Numa perspectiva mais pessoal, sinto que nunca fiz um trabalho a solo. Tive sempre a meu lado pessoas que me ajudaram. Não é discurso romântico nem tanga de artista humilde. Sou ambicioso como o caraças mas não sou grande merda sem os outros.

Chateiam-te muito para voltares às canções dos Ornatos Violeta? Isso incomoda-te?

Não diria chatear... Mas acho normal. Mas que posso fazer? O mais que posso é dizer que eles não vão voltar e que mais vale concentrarem-se no que existe agora, já que, toda a gente continuou a fazer música. Mas não tenho ambição de competir com o passado.

O que se segue? Os Supernada?
Sim. Para além do desconhecido que é a grande parte.

Tens um pequeno estúdio no Porto. A ideia é ajudar músicos mais novos?
É o meu local de trabalho. No que puder ajudar...

A palavra voltou a estar na ordem do dia na música criada em Portugal.
Notas alguma evolução?

Gosto de pensar e acredito que sim. Mas é complicado falar disso superficialmente.
Nem me sinto capaz de um estudo sociológico assim de repente.
Acho que há menos preconceitos em massa, estão a ficar mais individualizados, que é como a meu ver é mais lógico.

nota 1 : espécie de Serviço Publico momentaneo.
nota 2 : Puxa Manel.

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